O que é o IPCA e por que ele muda o preço de tudo?

Você já reparou como o preço das coisas muda o tempo todo? Um dia o arroz custa R$ 20, no outro já está R$ 24. O aluguel sobe, o transporte também. Por trás de tudo isso, existe um número que mede o quanto os preços estão subindo no Brasil: o IPCA. Neste texto, você vai entender o que é o IPCA, como ele funciona, e por que ele afeta o seu dia a dia — mesmo que você nunca tenha ouvido falar dele antes.

FINANÇAS

Colunista: Felipe Tre A.

6/4/20252 min ler

O que é o IPCA?

IPCA significa Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo. É o principal indicador da inflação no Brasil. Ele é calculado todos os meses pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

De forma simples, o IPCA mede a variação dos preços de uma cesta de produtos e serviços consumidos pelas famílias brasileiras com renda de 1 a 40 salários mínimos.

Essa “cesta” inclui itens como:

  • Alimentos

  • Aluguel

  • Energia elétrica

  • Combustíveis

  • Transporte

  • Plano de saúde

  • Educação

Ou seja: o IPCA é o termômetro do custo de vida.

Como ele é calculado?

O IBGE coleta mensalmente centenas de milhares de preços em lojas, mercados, postos, escolas e empresas. Depois, ele compara quanto esses preços subiram (ou caíram) em relação ao mês anterior.

Cada item da cesta tem um peso diferente. Por exemplo:

  • Alimentos têm um peso maior, porque fazem parte do consumo básico.

  • Educação e saúde também pesam bastante.

  • Já produtos supérfluos têm impacto menor no índice.

Se a maioria dos itens sobe de preço, o IPCA sobe. Se os preços caem, o IPCA pode até ficar negativo — o que chamamos de deflação.

O que o IPCA afeta na sua vida?

Praticamente tudo. Aqui vão alguns exemplos:

1. Salários e aposentadorias

Muitos salários, especialmente do setor público, são reajustados com base na inflação. O mesmo vale para o salário mínimo e as aposentadorias do INSS.

2. Aluguel

É comum que contratos de aluguel sejam reajustados por índices de inflação, como o IPCA ou o IGP-M.

3. Preços no supermercado

Os alimentos fazem parte da cesta do IPCA. Quando o índice sobe, é sinal de que a comida pode estar ficando mais cara.

4. Investimentos

O rendimento de vários investimentos — como o Tesouro IPCA — é atrelado à inflação. Ou seja: quanto maior o IPCA, maior o rendimento real.

5. Taxa Selic

O Banco Central usa o IPCA como referência para decidir se a taxa Selic sobe ou desce. Quando a inflação está alta, o BC pode subir os juros para esfriar a economia. Isso afeta empréstimos, financiamentos e aplicações financeiras.

Inflação não é sempre ruim?

Não necessariamente. Um pouco de inflação é normal e até saudável para a economia. O problema é quando ela sobe demais (e rápido), como já aconteceu no Brasil em períodos de crise.

A meta de inflação no Brasil para 2025 é de 3% ao ano, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, se o IPCA estiver entre 1,5% e 4,5%, o Banco Central considera que a inflação está sob controle.

Conclusão

O IPCA pode parecer um número distante, mas ele está mais presente na sua vida do que você imagina. Ele influencia quanto você paga na feira, o valor da sua conta de luz, o reajuste do seu aluguel e até os ganhos dos seus investimentos.

Entender o IPCA é o primeiro passo para tomar decisões financeiras mais inteligentes — seja para controlar os gastos ou para proteger seu dinheiro da inflação.